I. A compra e o uso dos Anéis de Aliança em Noivado;
II. O pagamento do Dote das Virgens ao pai da noiva, tido em uma jóia feita de 50 siclos (575 gramas) de prata;
III. A compra dos Anéis de Aliança dados na Cerimônia de Casamento Ratificado (para serem usados após esta Cerimônia) e feitos em ouro;
IV. O pagamento da Espórtula da Cerimônia de Casamento Ratificado (celebrada dentro de Santa Missa);
V. O financiamento das Bodas Primiciais;
VI. A realização das Três Noites de Castidade Nupcial*:
1°. Noite - cerimônia do exorcismo do demônio através da queima do fígado de uma espécie de peixe como incenso purificador;
2°. Noite - cerimônia de admissão na sociedade dos santos patriarcas;
3°. Noite - cerimônia de recepção da benção do vigor da semente, da geração fecunda e da conservação da força e da saúde dos filhos e filhas;
VII. A realização da Noite de Consumação do Casamento;
VIII. O financiamento e realização da Viagem de Núpcias;
IX. A fundição dos Anéis de Aliança em Noivado em um só como símbolo do Casamento Consumado.
*= Vide o Livro deutero-canônico vetero-testamentário de Tobias, que diz que o homem deve ajuntar-se a mulher que tomou por esposa no intuito de orar durante três dias.
Dos valores iniciáticos relacionados ao Casamento Ratificado
"Ora disse o SENHOR a Abrão: 'Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai,
e vai para a terra que te mostrarei;'
'de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome.
Sê tu uma benção.'
'abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
em ti serão benditas todas as famílias da terra.'"
(Gênesis, Cap. XII, vers. 01-03)
Um dos requisitos para demonstrar a devida vocação ao Sacerdócio segundo á Ordem de Abraão e receber o Sacramento que é o Casamento Ratificado é exatamente a emancipação da casa dos pais e a ida para terras distantes daquela que fora considerada natal, pois peregrinar pelo mundo significa civilizá-lo, colonizá-lo transmitindo novos conhecimentos aos povos do lugares visitados e levando-os a novos graus de evolução. O andar por terras estrangeiras significa iniciáticamente falando cultivar a têmpera necessária para se tornar um bravo, sofrendo o frio, a fome, a solidão, o preconceito e a necessidade de travar contato com estranhos, obrigando-nos a sair de nossa zona de conforto e fazendo-nos conhecer outras realidades, para aquisição de mais cultura e de novas experiências de vida.
O segundo versículo demonstrá-nos o dever de honra que devemos manifestar aos nossos antepassados e a nossa própria situação no futuro uma vez que também nos é revelado o dever da procriação e da multiplicação da prole.
O Casamento Ratificado evoca certos deveres relacionados a mulher e aos filhos decorrentes do ato celebrado pelo representande de Deus na terra. Um dos deveres é a estabilidade em manter-se com uma parceira sexual fixa. E para que isso? perguntariam os libertários (ou os libertinos). Esse dever caracteriza-se basicamente pelo fato descritivo no livro de Gênesis: "E ambos serão uma só carne" que somado ao axioma hermético: "Tal como é em cima, também é embaixo" nos diz que através da união sexual, homem e mulher, esposo e esposa, comungam não só de união corpórea e carnal, mas de união anímica, mental e espiritual, e essa união gera "filhos" nos variados planos de existência do ser. Essa união tende a harmonizar os parceiros envolvidos podendo fazê-los desenvolver telepatia entre eles, percepção localizadora da outra pessoa, sincronia de pensamentos e unificação (ou pelo menos assemelhamento) dos pontos de vista, e sobretudo na parte espiritual, é sabido que trocam-se dons e virtudes como se fossem "presentes" entre si, fazendo com que os parceiros se surpreendam ao ver o "outro" adotando atitudes ou idéias, ou manifestando dons que eram concernentes aos primeiros donos (aqueles que detinham a posse original dos dons).
Sendo assim, logo conclui-se naturalmente que fornicar com muitos parceiros sexuais tende a dissipar a riqueza de dons espirituais que o ser originalmente tinha para efetivar a sua auto-realização espiritual em uma encarnação (a potência de certas virtudes que o ente possuía passam-se a manifestar em seus outros parceiros, que muitas das vezes, tendem a anular essas forças neles mesmos, principalmente se estes forem profanos), perdendo sua orientação na vida e atolando-se karmicamente em ligações espirituais espúrias, cometendo equívocos e cultivando uma sucessão de vícios, pois o ente têm a sua consciência obscurecida e por isso, começa a relevar maus hábitos como se esses não significassem nada, e assim vem a corromper-se mais e mais, afastando-se definitivamente de seus desígnios naquela encarnação.
Outro dos deveres é a aquisição da auto-suficiência e/ou independência econômica patriarcal, o homem antes de contrair núpcias com sua esposa, precisa vir a desenvolver "prendas" de um homem de ação, e que são a capacidade de construção e de manutenção de sua própria casa (edifício), a capacidade de fazer o cultivo da terra (agricultura) e de criar animais domésticos (pecuária), a capacidade de realizar variados trabalhos de ofício seja através da manipulação de metais, de barro ou de madeira, pois a capacidade de trabalho de um homem é o que move o mundo. E se este demonstra ser capaz de sustentar a si mesmo, conseqüentemente é também capaz de sustentar a mulher que vir-à-agregar-se a ele e aos descendentes nascidos desta união.
VIII. As n Artes Liberais (que não seriam nada mais do que a apropriação dos Vedaranga Hindus):
/Gramática (Eis a nossa Vyakarana)
/Fonética (Eis a nossa Shiksha)
/Métrica (Eis a nossa Chanda)
/Etimologia (Eis a nossa Nirukta)
/Retórica
/Dialética
/Ritonomia* (Eis a nossa Kalpa)
/Astrologia (Eis o nosso Jyotish)
/Geometria
*Obs.: estudo acerca dos princípios místicos e das regras para a aplicação correta dos rituais